DOENÇAS,
PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS
HORTALIÇAS POR FAMÍLIA SOLANÁCEAS
(Berinjela,
Jiló, Pimenta, Pimentão, Tomate)
Doenças:
a) Antracnose - “Glomerella
cingulata” -
Caracteriza-se por atacar todos os órgãos da parte aérea das plantas, nos
frutos, os sintomas são depressões de forma circular de diâmetro variado. Como
forma de controle são recomendadas a utilização de sementes sadias, a proteção
da cultura através da plasticultura, a rotação de culturas, e tratamento químico
com Dithane, Persist, Recop, Reconil, Cobre Sandoz.
b) Canela Preta /
Talo Oco -
“Erwinia corotovora” - Caracteriza-se, inicialmente, pela murcha das
folhas, progredindo para o amarelecimento. Ao pressionar-se o talo, o mesmo é
facilmente esmagado, devido à desintegração da medula. São recomendadas como
forma de controle a adubação equilibrada, a utilização de solos bem drenados, o
uso de espaçamento adequado, bem como tratamento químico com Recop, Reconil, Cobre
Sandoz, Kazugamicina.
c) Cancro Bacteriano - “Clavibacter
michiganense” - Em colonização localizada, comum nas épocas chuvosas, causa
o encharcamento dos folíolos até a necrose e/ou queima dos bordos e nos frutos
causa o chamado “olho de passarinho”. Em colonização sistêmica, as plantas
murcham parcial ou totalmente, ocorrendo variação de cor na região vascular
(amarelo a pardo-escura). São formas de controle a utilização de cultivares
resistentes, a rotação de culturas, o tratamento de mourões e estacas, e ainda,
o tratamento químico com Recop, Reconil, Cobre Sandoz.
d) Cercosporiose - “Cercospora
melongena” - Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas circulares,
pardas, de centro cinza-claro, ocasionando, em estágio mais avançado, desfolha
e perda do vigor da planta. Recomenda-se como controle a rotação
de culturas e o tratamento químico com Dithane, Persist, Score.
e) Mancha Bacteriana - “Xanthomonas
campestris” - Caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas áreas de forma
circular ou irregular de cor parda com intensidade variável. Quando ocorre nos
frutos, pode provocar deformação e queda. Como forma de controle, recomenda-se
o uso de cultivares resistentes, e tratamento químico com Recop, Reconil, Cobre
Sandoz.
f) Mancha de
Stenfilium -
“Stemphulium solani” - Caracteriza-se pelo aparecimento de pintas pequenas
e encharcadas, de cor marrom ou preta, progredindo para manchas necróticas irregulares,
de coloração cinza-escuras. O controle pode ser feito através da
rotação de culturas, e o tratamento químico com Folicur, Dithane, Persist,
Recop, Reconil, Cobre Sandoz, Score, Brestan, Brestanid, Sportak, Cobre, Fungitox,
Rovral.
g) Pinta Preta - “Alternaria
solani” - Caracteriza-se por lesões necróticas, pardo-escuras, com ou sem
zonas concêntricas bem pronunciadas, com bordos definidos, circulares ou
elípticas no início e irregulares depois. Como forma de controle indica-se a
rotação de culturas, e o tratamento químico com Folicur, Dithane, Persist,
Recop, Reconil, Cobre Sandoz, Score, Brestan, Brestanid, Sportak, Cobre, Fungitox,
Rovral.
h) Requeima - “Phytophthora
infestans” - Caracteriza-se pelo surgimento de manchas irregulares, de
tecido encharcado verde-escuro, evoluindo para pardo-escuro com uma faixa de tecido
túrgido entre o tecido necrosado e o sadio. Nos frutos causa lesões do tipo
“podridão dura”, de cor pardo-escuro, profundas e irregulares. O controle pode
ser feito evitando-se o plantio em baixadas e terrenos úmidos, utilizar o espaçamento
adequado, e tratamento químico com Dithane, Persist, Redomil, Brestan,
Brestanid, Previcur, Fungitox.
i) Septoriose - “Septoria
lycopersici” - Caracteriza-se pela ocorrência de manchas circulares ou elípticas,
que freqüentemente coalescem, provocando queima e desfolha das plantas,
normalmente ataca folhas velhas. O controle pode ser feito evitando-se o
plantio em baixadas e terrenos úmidos, utilizar o espaçamento adequado, e tratamento
químico com Dithane, Persist, Redomil, Brestan, Brestanid, Previcur, Fungitox.
j) Tombamento - “Pythium
sp,Rhizoctonia sp” - Caracteriza-se pela murcha, tombamento e morte das
plantas, apresentando também, afinamento e necrose na região do colo. O
controle pode ser feito evitando-se o plantio em áreas encharcadas, e
tratamento químico com Apron, Previcur, Ridomil.
l)Mofo Cinzento - “Botrytis
cinérea” - Caracteriza-se por apresentar necrose com abundante mofo
cinzento nos órgãos afetados. O controle pode ser feito através do uso de
espaçamento adequado, evitando adensamento, e tratamento químico com Rovral.
m) Murcha Bacteriana - “Pseudomonas solanacearum”
- Caracteriza-se pela murcha do ponteiro, culminando para murcha geral da
planta, causando também descoloração dos vasos lenhosos do caule. Como medidas
de controle podem ser adotadas a escolha de cultivares resistentes e a rotação
de culturas.
n) Murcha de Fusarium
- “Fusarium
oxysporum f. sp. radices lycopersici” - Caracteriza-se pelo amarelecimento
forte das folhas, manifestando-se, normalmente no início da floração e frutificação.
O controle pode ser feito através da escolha de cultivares resistentes e
rotação de culturas.
o) Murcha de
Verticillium -
“Verticillium dahliae” - Caracteriza-se por apresentar manchas no ápice
ou lateralmente aos folíolos, com o contorno externo em formato de “V”, com o
vértice voltado para a nervura principal. O controle pode ser feito através da
escolha de variedades resistentes e rotação de culturas.
p) Podridão de
Ascochyta -
“Ascochyta phaseolorum” - Caracteriza-se por formar áreas necróticas que
circundam o caule e provocam murcha e secamento da parte acima dessa região, sendo
que nas folhas, as manchas necróticas apresentam-se concêntricas. O controle
pode ser feito através do plantio em áreas arejadas, rotação de culturas e
tratamento químico com Score.
q) Podridão de
Esclerotínia -
“Sclerotinia sclerotiorum” - Ataca todas as regiões, mas a mais afetada
é o caule, que apresenta cor pardo-escura no início, depois, esbranquiçada. A
lesão varia e causa anelamento, tornando-o completamente quebradiço. O controle
pode ser feito com a utilização de espaçamento adequado, rotação de culturas,
aração profunda, e tratamento químico com Tiofanato Metílico.
Pragas:
a) Ácaros - “Tethranychus spp” - Ocasionam parada de
crescimento vegetativo e pequenas pontuações nos folíolos. Vetor de vírus. O
controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Polo, Vertimec, Thiovit,
Dimexion,
Kendo, Kilval.
b) Broca Pequena - “Aculops
lycopersici”,“Neoleucinodes elegantalis” - São lagartas que danificam os
frutos, alimentando-se da polpa dos mesmos.
O controle/tratamento pode ser feito
com aplicações de Dipterex, Folidol, Mimic, Vertimec, Match, Baytroid, Vexter,
Carbaryl, Corsair, Permetrina, Sevin.
c) Broca Grande do
Fruto -
“Heliothis zea” - São lagartas que danificam os frutos. Geralmente encontra-se
a broca dentro do fruto. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de
Dipterex, Folidol, Tamaron, Alystin,
Acefato, Baytroid, Carbaryl, Dimilin.
d) Lagarta Rosca - “Agrotis
ipsilon” - Secciona as plantas rente ao solo, alimentando-se também, dos
órgãos das plantas. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de
Decis, Folidol, Tamaron, Vexter, Carbaryl, Sevin.
e) Minador das Folhas
- “Liriomyza
sativae” - Abre galerias nas folhas e apresenta pequenas pontuações
brancas, também nas folhas. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações
de Decis, Vexter, Thigard, Hostathion, Temik.
f) Vaquinha Verde - “Diabrotica
speciosa” - Atacam as folhas abrindo um grande número de perfurações
pequenas, que afetam o desenvolvimento da planta. O controle/tratamento pode
ser feito com aplicações de Dipterex, Folidol, Decis, Carbaryl, Diafuran,
Stron.
g) Pulgões - “Myzus
persicae”, “Macrosiphum euphorbiae” - Causam engruvinhamento e enrolamento
das folhas. Vetores de vírus. O controle/tratamento pode ser feito com
aplicações de Folidol, Tamaron, Dimexion, Ethion, Ekatin, Corsair.
h) Tripes - “Frankliniella
schulzei” - São vetores de vírus. O controle/tratamento pode ser feito com
aplicações de Dimexion, Acefato, Carbaryl, Kilval.
i) Mosca Branca - “Bemisia tabaci”
- São sugadores de seiva e transmissores de viroses. Alto nível
populacional, promovendo também, o aparecimento da fumagina. O
controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Hostathion, Deltaphos,
Sanmit.
j) Traça - “Scrobipaupuloides
absoluta” - Ataca em qualquer estágio da planta. Abre galerias nas folhas,
ramos, gemas e frutos, causando prejuízos à produção. O controle/tratamento
pode ser feito com aplicações de Tamaron, Baytroid, Dimilin, Bulldock, Alsystin,
Mimic.
l) Nematóide - “Meloidogyne sp”
- Provoca a paralisação no crescimento, ocasionando o subdesenvolvimento da
planta e redução da produtividade. Em períodos mais quentes, provoca a murcha
da planta. O controle pode ser feito através da rotação de culturas e por
tratamento de solo com Basamid.
Desordens
Fisiológicas:
a) Asfixia das Raíses
–
Causada pelo excesso de umidade do solo, oscilação de temperatura e pela poda
drástica. Como medida de controle devem ser adotadas a boa drenagem do solo e o
controle da irrigação.
b) Alterações no Talo
do Tomateiro –
Causadas pelo excesso de Nitrogênio.
Como medida de controle deve-se adotar
o equilíbrio nas adubações.
c) Alterações nas
Folhas -
Causadas por desbrota drástica ou deficiência nutricional. Como medida de
controle deve-se efetuar podas adequadas, utilizar adubações equilibradas e fazer
uso de aplicações foliares.
d) Morte do Meristema
Apical –
Causada por queda brusca de temperatura, excesso de Nitrogênio ou deficiência
de Cálcio. Como medida de controle deve-se fazer adubação equilibrada em
Nitrogênio e Cálcio e aplicações
foliares com Calbit C.
e) Frutos Ocados e
Deformados –
Causados por excesso de Nitrogênio ou posição do fruto na planta, má
polinização, e/ou deficiência de Potássio.
Como medida de controle deve-se fazer
adubação equilibrada e seguir o espaçamento adequado entre plantas.
f) Frutos Mal
Formados –
Causados por desequilíbrio entre Nitrogênio, Potássio e Cálcio na planta,
oscilações de temperaturas, alta umidade do solo ou aeração insuficiente. Como
medida do controle deve-se adotar adubação equilibrada, a escolha de cultivar e
época ideal de plantio e evitar o excesso de umidade do solo.
g) Podridão Apical
(Fundo Preto) –
Causada por desequilíbrio entre Cálcio e Nitrogênio na planta, altas
temperaturas e ar seco, alterações bruscas de umidade no solo, doenças do
sistema radicular (V, F, N), falta de Cálcio no solo ou alta salinidade do
solo. Como medidas de controle podem ser feitas a correção de adubação e
adubação equilibrada, o monitoramento de temperatura e umidade do solo, a
utilização de matéria orgânica e aplicações
foliares com Calbit C.
h) Parede Branca ou
Escura dos Frutos –
Causadas pelo alto teor de Nitrogênio e Cálcio no solo, alta umidade do solo,
baixa luminosidade, virose (TMV) ou baixo teor de Boro. Como medidas de
controle podem ser adotadas a utilização de cultivares com maior tolerância ao frio,
o plantio em regiões com clima ideal, a correção e adubação equilibrada e a
utilização de cultivares resistentes.
i) Rachadura dos
Frutos (Concêntrica ou Radical) – Causadas por Oscilações de temperatura, períodos
de rápido crescimento do fruto, excesso de umidade do solo, crescimento inicial
do fruto sob baixa umidade, seguido de irrigações pesadas durante a maturação
do fruto. Como medida de controle estão a melhor drenagem do solo e evitar
excesso de umidade.
j) Enrolamento das
Folhas –
Causada pela desproporção na relação entre folhas e frutos (+ folhas – frutos=
não enrola, - folhas + frutos= enrola), desbrota ou presença de vírus. Como
medida de controle deve-se evitar desbrota ou poda drásticas.
l) Queima dos Frutos
(“Suncald”) –
Causada devido ao excesso de sol entre os frutos. Como medida de controle
deve-se utilizar espaçamento adequado e cultivares com maior proteção dos frutos.
m) Lúculo Aberto - É provocado por
deficiência de Boro, sendo caracterizado por rachadura profunda, seca e
suberizada, expondo as sementes e provocando intensa deformação dos frutos. Como
medida de controle deve-se fazer a boa correção de adubação do solo e aplicações
foliares com Boroplus em intervalos de 15 dias.
Viroses:
a) Vírus do Mosaico
do Tabaco (TMV) - Apresenta
mosaicos nas folhas no início do ataque, posteriormente, as folhas normais
passam a filiformes, aparecendo manchas nos frutos. Como medida de
controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle
do vetor.
b) Broto Crespo –
Geminivirus -
Ocorre, inicialmente, o amarelecimento das nervuras, terminando por
distribuir-se por toda a folha, a partir do pecíolo, ocorre também o
enrolamento dos folíolos. Como medida de ontrole/tratamento deve-se adotar a utilização
de cultivares resistentes e o
controle do vetor.
c) Risca ou Mosaico Y
(PVY) -
Caracteriza-se por mosaicos leves nas folhas mais novas, com nervuras
apresentando uma coloração verde-escura. Ocorre pouca redução no formato da
planta e os frutos não apresentam sintomas. Como medida de controle/tratamento
deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.
d) Mosaico Comum (ToMV)
-
Nas folhas, ocorre um mosaico de tonalidades verde-claro/escuro, raramente com
áreas amareladas. As folhas podem alongar-se e retorcerem-se para cima, causando
crescimento retardado em plantas ainda jovens, podendo ocorrer escurecimento
interno nos frutos mais velhos. Como medida de
controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle
do vetor.
e) Vírus do Topo
Amarelo do Tomateiro (TYTV) - As plantas atacadas apresentam clorose nas margens
das folhas mais jovens, provocando seu enrolamento. Como medida de
controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle
do vetor.
f) Vira-Cabeça do
Tomateiro – Tospovírus - As plantas ficam raquíticas. Os folíolos das folhas do ponteiro
ficam com aspecto bronzeado e/ou arroxeado, apresentando pontos necróticos que podem
formar pequenos anéis, que terminam por necrosar e matar a planta. Nos frutos, desenvolve
áreas cloróticas ou necróticas irregulares. Como medida de controle/tratamento
deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.
g) Mosqueado do
Pimentão (PMoV) -
Ocasiona mosqueado de leve a severo, nas folhas. Como medida de
controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle
do vetor.