segunda-feira, 16 de maio de 2016

SOLANÁCEAS (Berinjela, Jiló, Pimenta, Pimentão, Tomate)

DOENÇAS, PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS HORTALIÇAS POR FAMÍLIA SOLANÁCEAS
(Berinjela, Jiló, Pimenta, Pimentão, Tomate)

Doenças:
a) Antracnose - “Glomerella cingulata” - Caracteriza-se por atacar todos os órgãos da parte aérea das plantas, nos frutos, os sintomas são depressões de forma circular de diâmetro variado. Como forma de controle são recomendadas a utilização de sementes sadias, a proteção da cultura através da plasticultura, a rotação de culturas, e tratamento químico com Dithane, Persist, Recop, Reconil, Cobre Sandoz.

b) Canela Preta / Talo Oco - “Erwinia corotovora” - Caracteriza-se, inicialmente, pela murcha das folhas, progredindo para o amarelecimento. Ao pressionar-se o talo, o mesmo é facilmente esmagado, devido à desintegração da medula. São recomendadas como forma de controle a adubação equilibrada, a utilização de solos bem drenados, o uso de espaçamento adequado, bem como tratamento químico com Recop, Reconil, Cobre Sandoz, Kazugamicina.

c) Cancro Bacteriano - “Clavibacter michiganense” - Em colonização localizada, comum nas épocas chuvosas, causa o encharcamento dos folíolos até a necrose e/ou queima dos bordos e nos frutos causa o chamado “olho de passarinho”. Em colonização sistêmica, as plantas murcham parcial ou totalmente, ocorrendo variação de cor na região vascular (amarelo a pardo-escura). São formas de controle a utilização de cultivares resistentes, a rotação de culturas, o tratamento de mourões e estacas, e ainda, o tratamento químico com Recop, Reconil, Cobre Sandoz.

d) Cercosporiose - “Cercospora melongena” - Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas circulares, pardas, de centro cinza-claro, ocasionando, em estágio mais avançado, desfolha e perda do vigor da planta. Recomenda-se como controle a rotação de culturas e o tratamento químico com Dithane, Persist, Score.

e) Mancha Bacteriana - “Xanthomonas campestris” - Caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas áreas de forma circular ou irregular de cor parda com intensidade variável. Quando ocorre nos frutos, pode provocar deformação e queda. Como forma de controle, recomenda-se o uso de cultivares resistentes, e tratamento químico com Recop, Reconil, Cobre Sandoz.

f) Mancha de Stenfilium - “Stemphulium solani” - Caracteriza-se pelo aparecimento de pintas pequenas e encharcadas, de cor marrom ou preta, progredindo para manchas necróticas irregulares, de coloração cinza-escuras. O controle pode ser feito através da rotação de culturas, e o tratamento químico com Folicur, Dithane, Persist, Recop, Reconil, Cobre Sandoz, Score, Brestan, Brestanid, Sportak, Cobre, Fungitox, Rovral.

g) Pinta Preta - “Alternaria solani” - Caracteriza-se por lesões necróticas, pardo-escuras, com ou sem zonas concêntricas bem pronunciadas, com bordos definidos, circulares ou elípticas no início e irregulares depois. Como forma de controle indica-se a rotação de culturas, e o tratamento químico com Folicur, Dithane, Persist, Recop, Reconil, Cobre Sandoz, Score, Brestan, Brestanid, Sportak, Cobre, Fungitox, Rovral.

h) Requeima - “Phytophthora infestans” - Caracteriza-se pelo surgimento de manchas irregulares, de tecido encharcado verde-escuro, evoluindo para pardo-escuro com uma faixa de tecido túrgido entre o tecido necrosado e o sadio. Nos frutos causa lesões do tipo “podridão dura”, de cor pardo-escuro, profundas e irregulares. O controle pode ser feito evitando-se o plantio em baixadas e terrenos úmidos, utilizar o espaçamento adequado, e tratamento químico com Dithane, Persist, Redomil, Brestan, Brestanid, Previcur, Fungitox.

i) Septoriose - “Septoria lycopersici” - Caracteriza-se pela ocorrência de manchas circulares ou elípticas, que freqüentemente coalescem, provocando queima e desfolha das plantas, normalmente ataca folhas velhas. O controle pode ser feito evitando-se o plantio em baixadas e terrenos úmidos, utilizar o espaçamento adequado, e tratamento químico com Dithane, Persist, Redomil, Brestan, Brestanid, Previcur, Fungitox.

j) Tombamento - “Pythium sp,Rhizoctonia sp” - Caracteriza-se pela murcha, tombamento e morte das plantas, apresentando também, afinamento e necrose na região do colo. O controle pode ser feito evitando-se o plantio em áreas encharcadas, e tratamento químico com Apron, Previcur, Ridomil.

l)Mofo Cinzento - “Botrytis cinérea” - Caracteriza-se por apresentar necrose com abundante mofo cinzento nos órgãos afetados. O controle pode ser feito através do uso de espaçamento adequado, evitando adensamento, e tratamento químico com Rovral.

m) Murcha Bacteriana - “Pseudomonas solanacearum” - Caracteriza-se pela murcha do ponteiro, culminando para murcha geral da planta, causando também descoloração dos vasos lenhosos do caule. Como medidas de controle podem ser adotadas a escolha de cultivares resistentes e a rotação de culturas.

n) Murcha de Fusarium - “Fusarium oxysporum f. sp. radices lycopersici” - Caracteriza-se pelo amarelecimento forte das folhas, manifestando-se, normalmente no início da floração e frutificação. O controle pode ser feito através da escolha de cultivares resistentes e rotação de culturas.

o) Murcha de Verticillium - “Verticillium dahliae” - Caracteriza-se por apresentar manchas no ápice ou lateralmente aos folíolos, com o contorno externo em formato de “V”, com o vértice voltado para a nervura principal. O controle pode ser feito através da escolha de variedades resistentes e rotação de culturas.

p) Podridão de Ascochyta - “Ascochyta phaseolorum” - Caracteriza-se por formar áreas necróticas que circundam o caule e provocam murcha e secamento da parte acima dessa região, sendo que nas folhas, as manchas necróticas apresentam-se concêntricas. O controle pode ser feito através do plantio em áreas arejadas, rotação de culturas e tratamento químico com Score.

q) Podridão de Esclerotínia - “Sclerotinia sclerotiorum” - Ataca todas as regiões, mas a mais afetada é o caule, que apresenta cor pardo-escura no início, depois, esbranquiçada. A lesão varia e causa anelamento, tornando-o completamente quebradiço. O controle pode ser feito com a utilização de espaçamento adequado, rotação de culturas, aração profunda, e tratamento químico com Tiofanato Metílico.

Pragas:
a) Ácaros - “Tethranychus spp” - Ocasionam parada de crescimento vegetativo e pequenas pontuações nos folíolos. Vetor de vírus. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Polo, Vertimec, Thiovit, Dimexion,
Kendo, Kilval.

b) Broca Pequena - “Aculops lycopersici”,“Neoleucinodes elegantalis” - São lagartas que danificam os frutos, alimentando-se da polpa dos mesmos.
O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Dipterex, Folidol, Mimic, Vertimec, Match, Baytroid, Vexter, Carbaryl, Corsair, Permetrina, Sevin.

c) Broca Grande do Fruto - “Heliothis zea” - São lagartas que danificam os frutos. Geralmente encontra-se a broca dentro do fruto. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Dipterex, Folidol, Tamaron, Alystin,
Acefato, Baytroid, Carbaryl, Dimilin.

d) Lagarta Rosca - “Agrotis ipsilon” - Secciona as plantas rente ao solo, alimentando-se também, dos órgãos das plantas. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Decis, Folidol, Tamaron, Vexter, Carbaryl, Sevin.

e) Minador das Folhas - “Liriomyza sativae” - Abre galerias nas folhas e apresenta pequenas pontuações brancas, também nas folhas. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Decis, Vexter, Thigard, Hostathion, Temik.

f) Vaquinha Verde - “Diabrotica speciosa” - Atacam as folhas abrindo um grande número de perfurações pequenas, que afetam o desenvolvimento da planta. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Dipterex, Folidol, Decis, Carbaryl, Diafuran, Stron.

g) Pulgões - “Myzus persicae”, “Macrosiphum euphorbiae” - Causam engruvinhamento e enrolamento das folhas. Vetores de vírus. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Folidol, Tamaron, Dimexion, Ethion, Ekatin, Corsair.

h) Tripes - “Frankliniella schulzei” - São vetores de vírus. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Dimexion, Acefato, Carbaryl, Kilval.

i) Mosca Branca - “Bemisia tabaci” - São sugadores de seiva e transmissores de viroses. Alto nível populacional, promovendo também, o aparecimento da fumagina. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Hostathion, Deltaphos, Sanmit.

j) Traça - “Scrobipaupuloides absoluta” - Ataca em qualquer estágio da planta. Abre galerias nas folhas, ramos, gemas e frutos, causando prejuízos à produção. O controle/tratamento pode ser feito com aplicações de Tamaron, Baytroid, Dimilin, Bulldock, Alsystin, Mimic.

l) Nematóide - “Meloidogyne sp” - Provoca a paralisação no crescimento, ocasionando o subdesenvolvimento da planta e redução da produtividade. Em períodos mais quentes, provoca a murcha da planta. O controle pode ser feito através da rotação de culturas e por tratamento de solo com Basamid.

Desordens Fisiológicas:
a) Asfixia das Raíses – Causada pelo excesso de umidade do solo, oscilação de temperatura e pela poda drástica. Como medida de controle devem ser adotadas a boa drenagem do solo e o controle da irrigação.

b) Alterações no Talo do Tomateiro – Causadas pelo excesso de Nitrogênio.
Como medida de controle deve-se adotar o equilíbrio nas adubações.

c) Alterações nas Folhas - Causadas por desbrota drástica ou deficiência nutricional. Como medida de controle deve-se efetuar podas adequadas, utilizar adubações equilibradas e fazer uso de aplicações foliares.

d) Morte do Meristema Apical – Causada por queda brusca de temperatura, excesso de Nitrogênio ou deficiência de Cálcio. Como medida de controle deve-se fazer adubação equilibrada em Nitrogênio e Cálcio e aplicações
foliares com Calbit C.

e) Frutos Ocados e Deformados – Causados por excesso de Nitrogênio ou posição do fruto na planta, má polinização, e/ou deficiência de Potássio.
Como medida de controle deve-se fazer adubação equilibrada e seguir o espaçamento adequado entre plantas.

f) Frutos Mal Formados – Causados por desequilíbrio entre Nitrogênio, Potássio e Cálcio na planta, oscilações de temperaturas, alta umidade do solo ou aeração insuficiente. Como medida do controle deve-se adotar adubação equilibrada, a escolha de cultivar e época ideal de plantio e evitar o excesso de umidade do solo.

g) Podridão Apical (Fundo Preto) – Causada por desequilíbrio entre Cálcio e Nitrogênio na planta, altas temperaturas e ar seco, alterações bruscas de umidade no solo, doenças do sistema radicular (V, F, N), falta de Cálcio no solo ou alta salinidade do solo. Como medidas de controle podem ser feitas a correção de adubação e adubação equilibrada, o monitoramento de temperatura e umidade do solo, a utilização de matéria orgânica e aplicações
foliares com Calbit C.

h) Parede Branca ou Escura dos Frutos – Causadas pelo alto teor de Nitrogênio e Cálcio no solo, alta umidade do solo, baixa luminosidade, virose (TMV) ou baixo teor de Boro. Como medidas de controle podem ser adotadas a utilização de cultivares com maior tolerância ao frio, o plantio em regiões com clima ideal, a correção e adubação equilibrada e a utilização de cultivares resistentes.

i) Rachadura dos Frutos (Concêntrica ou Radical) – Causadas por Oscilações de temperatura, períodos de rápido crescimento do fruto, excesso de umidade do solo, crescimento inicial do fruto sob baixa umidade, seguido de irrigações pesadas durante a maturação do fruto. Como medida de controle estão a melhor drenagem do solo e evitar excesso de umidade.

j) Enrolamento das Folhas – Causada pela desproporção na relação entre folhas e frutos (+ folhas – frutos= não enrola, - folhas + frutos= enrola), desbrota ou presença de vírus. Como medida de controle deve-se evitar desbrota ou poda drásticas.

l) Queima dos Frutos (“Suncald”) – Causada devido ao excesso de sol entre os frutos. Como medida de controle deve-se utilizar espaçamento adequado e cultivares com maior proteção dos frutos.

m) Lúculo Aberto - É provocado por deficiência de Boro, sendo caracterizado por rachadura profunda, seca e suberizada, expondo as sementes e provocando intensa deformação dos frutos. Como medida de controle deve-se fazer a boa correção de adubação do solo e aplicações foliares com Boroplus em intervalos de 15 dias.

Viroses:
a) Vírus do Mosaico do Tabaco (TMV) - Apresenta mosaicos nas folhas no início do ataque, posteriormente, as folhas normais passam a filiformes, aparecendo manchas nos frutos. Como medida de controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.

b) Broto Crespo – Geminivirus - Ocorre, inicialmente, o amarelecimento das nervuras, terminando por distribuir-se por toda a folha, a partir do pecíolo, ocorre também o enrolamento dos folíolos. Como medida de  ontrole/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o
controle do vetor.

c) Risca ou Mosaico Y (PVY) - Caracteriza-se por mosaicos leves nas folhas mais novas, com nervuras apresentando uma coloração verde-escura. Ocorre pouca redução no formato da planta e os frutos não apresentam sintomas. Como medida de controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.

d) Mosaico Comum (ToMV) - Nas folhas, ocorre um mosaico de tonalidades verde-claro/escuro, raramente com áreas amareladas. As folhas podem alongar-se e retorcerem-se para cima, causando crescimento retardado em plantas ainda jovens, podendo ocorrer escurecimento interno nos frutos mais velhos. Como medida de controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.

e) Vírus do Topo Amarelo do Tomateiro (TYTV) - As plantas atacadas apresentam clorose nas margens das folhas mais jovens, provocando seu enrolamento. Como medida de controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.

f) Vira-Cabeça do Tomateiro – Tospovírus - As plantas ficam raquíticas. Os folíolos das folhas do ponteiro ficam com aspecto bronzeado e/ou arroxeado, apresentando pontos necróticos que podem formar pequenos anéis, que terminam por necrosar e matar a planta. Nos frutos, desenvolve áreas cloróticas ou necróticas irregulares. Como medida de controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.


g) Mosqueado do Pimentão (PMoV) - Ocasiona mosqueado de leve a severo, nas folhas. Como medida de controle/tratamento deve-se adotar a utilização de cultivares resistentes e o controle do vetor.

FABÁCEAS – LEGUMINOSAS (Ervilha, Fava, Feijão Vagem)

DOENÇAS, PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS HORTALIÇAS POR FAMÍLIA FABÁCEAS – LEGUMINOSAS
(Ervilha, Fava, Feijão Vagem)

Doenças:

a) Antracnose - Glomerella cingulata” - Caracteriza-se por atacar toda a parte aérea da planta, causando lesões necróticas, de coloração marrom escura na parte inferior. Ataca também as vagens, causando lesões circulares e deprimidas de cor marrom, com bordos escuros e salientes, envolto por um anel pardo avermelhado. No caule, causa lesões alongadas, escuras e ás vezes, deprimidas. Como medidas de controle, recomenda-se o uso de sementes sadias, a rotação de culturas, utilização de cultivares resistentes, e tratamento com aplicações de Brestan, Brestanid, Dithane, Rhodiauram, Persist, Mertin, Cobre Sandoz, Derosal.

b) Ferrugem - “Uromyces appendiculatus” - Caracteriza-se por atingir principalmente as folhas, porém também ocorrem nas vagens e hastes, causando pequenas pontuações esbranquiçadas e levemente salientes, e no estágio mais avançado, tornam-se pústulas pardo-avermelhadas. Como medidas de controle, recomenda-se a rotação de culturas, a escolha da época certa para o plantio e, tratamento com Baycor, Brestan, Brestanid, Dithane, Folicur, Perist, Mertin, Tilt, Score.

c) Mancha Angular - “Phaeoisariopsis griseola” - Manifesta-se em toda a planta, causando lesões necróticas de coloração acinzentada e de formato irregular, progredindo para coloração marrom escura e com formato angular, delimitada por nervuras. São recomendadas como medidas de controle o uso de sementes sadias, a rotação de culturas, a utilização de cultivares resistentes, e tratamento com Folicur, Persist, Tilt, Score, Condor, Cobre
Sandoz, Dithane, Mertin, Brestan, Brestanid.

d) Mancha de Ascohyta - “Mycosphaerella pinodes” - Caracteriza-se por atingir as folhas, causando manchas arredondadas ou irregulares de coloração cinzento-escura no centro e margens castanho-escuras indefinidas.
São medidas eficazes de controle, o uso de sementes sadias, a rotação de culturas e a utilização de solos bem drenados. Os tratamentos podem ser feitos com Dithane, Persist.

e) Míldio - “Peronospora viciae” - Caracteriza-se pelo surgimento de aspecto cotonoso na página inferior das folhas, sendo que na parte oposta, as folhas amarelecem até secar. Nas vagens, causa manchas marrons. São medidas de controle o uso de sementes sadias, a rotação de culturas e, como tratamento,
Dithane, Persist.

f) Oídio - “Erysiphe poligoni” - Ocorre em toda a planta e caracteriza-se por crescimento branco e pulverulento. O ataque é intenso, as folhas ficam esbranquiçadas e cessa o crescimento. São mediadas de controle o uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas com espécies não hospedeiras e, o tratamento químico com Afugan, Thiovit, Kumulus.
g) Bacteriose - “Pseudomas syringae” - Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas necróticas de cor marrom clara, circundadas por halos amarelados de margens bem definidas. A forma de controle mais eficaz é a utilização de cultivares resistentes.

h) Murcha de Sclerotium - “Sclerotium rolfsii” - Caracteriza-se, inicialmente, por causar lesões de cor marrom e aspecto aquoso sobre o colo, formando escleródios, e progredindo para a podridão do caule, resultando na destruição do córtex e da raiz. São medidas de controle a adubação equilibrada do solo, a rotação de culturas, a utilização de solos bem drenados, o tratamento pode ser feito com Tiofanato Metílico.

i) Podridão do Colo - “Rhizoctonia solani” - Caracteriza-se por causar lesões alongadas, levemente deprimidas, de coloração pardo avermelhada nas raízes e porção basal da haste, progredindo até o estrangulamento do caule, murcha e tombamento. A medida mais eficaz no controle é evitar o encharcamento do solo.

j) Murcha / Amarelecimento de Fusarium - “Fusarium oxysporum” - Caracteriza-se pela descoloração dos vasos da raiz, amarelecimento progressivo das folhas, sendo que em condições de alta umidade, desenvolve estruturas de coloração rosada. São medidas de controle a rotação de culturas, a correção e adubação equilibrada do solo, e evitar a infestação da área por máquinas e restos de cultura. O tratamento poder ser feito com Rhodiauram.

Pragas:
a) Ácaros - “Tethranychus urticae”-rajado, “polyphagotarsonemus latus”-branco - Atacam a face inferior da folha. Inicialmente as manchas são amareladas, posteriormente avermelhadas. O mesmo ocorre nas vagens. O controle pode ser feito com aplicações de Tamaron, Thiovit, Curacron, Hostation, Folidol.

b) Cigarrinha - “Empoasca sp” - Tanto jovens quanto adultos sugam a seiva das folhas. Deixam manchas resultantes das picadas, inicialmente amareladas, depois, cloróticas. O controle pode ser feito com aplicações de Sevin, Carbaryl, Nuvacron, Tamaron, Dipterex, Folidol, Decis.

c) Minador das Folhas - “Liriomyza sp” - Fazem minas nas folhas, provocando secamento. Infestações elevadas podem comprometer a produção.
O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Thigard, Hostation.

d) Vaquinha - “Diabrotica speciosa” - Adultos atacam as folhas novas, abrindo um grande número de perfurações pequenas, que afetam o desenvolvimento da planta. O controle pode ser feito com aplicações de Sevin.

e) Lagartas - “Agrotis ipsilon”, “Spodoptera frugiperda” - Atacam o colo das plantas novas, seccionando-os totalmente. O controle pode ser feito com aplicações de Carbaryl, Nuvacron.

f) Tripes - “Caliothrips brasiliensis” - São sugadores de seiva. Ataques intensos, inicialmente com lesões de brilho prateado. Posteriormente secam e morrem. São vetores de vírus. O controle pode ser feito com aplicações de Sevin, Carbaryl, Tamaron, Dipterex, Ekatin, Folidol.

g) Mosca Branca - “Bemisia tabaci” - São sugadores de seiva e transmissores de viroses. Alto nível populacional, promovendo também, o aparecimento da fumagina. O controle pode ser feito com aplicações de Nuvacron, Tamaron, Promet, Hostation, Deltaphos.

h) Pulgões - São sugadores de seiva, causando deformação nos brotos e folhas, prejudicando o
desenvolvimento da planta. São vetores de vírus.
O controle pode ser feito com aplicações de Tamaron, Decis.

Desordens Fisiológicas:
a) Vagens Queimadas – Causadas por altas temperaturas, alta luminosidade e vagens expostas. Como medida de controle temos a escolha de variedades mais enfolhadas para certas condições e o espaçamento e tutoramento adequados.

b) Vagens Tortas e Manchadas – Causadas pelo ato de fricção das vagens umas contra as outras. Como medida de controle deve-se utilizar variedades com menor enfolhamento e a adoção de espaçamento maior entre as plantas.

c) Plantas com Injúrias – Causadas por temperaturas baixas (próximas ou abaixo de 0ºC), ocorrendo principalmente em plantas mais jovens.
Como medida de controle deve-se evitar o plantio em épocas ou regiões muito frias, sujeitas à geada.

d) Necrose Marginal das Folhas de Ervilha – Causadas pela alta umidade e temperatura do ar e solo dispõem as plantas à oposição deste sintoma.
Como medida de controle recomenda-se o plantio em épocas ou regiões de clima mais ameno.

e) Deficiência Nutricional

Deficiência de Magnésio: causa manchas necróticas que aparecem nos cotilédones.Como medida de controle adota-se aplicações foliares com Buxil-Magnésio.

CUCURBITÁCEAS (Abóbora, Abobrinha, Melancia, Melão, Moranga, Mogango, Pepino)

DOENÇAS, PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS HORTALIÇAS POR FAMÍLIA CUCURBITÁCEAS
(Abóbora, Abobrinha, Melancia, Melão, Moranga, Mogango, Pepino)

Doenças:
a) Míldio – “Pseudoperonospora cubensis- Caracteriza-se por apresentar áreas de tecido encharcado, que posteriormente, se tornam necróticas e limitadas pelas nervuras, formando manchas angulares, amareladas, arredondadas ou poligonais na face superior das folhas; evoluem rapidamente ocasionando a desfolhação precoce, e  conseqüentemente um retardo no crescimento da planta afetada. São indicadas algumas medidas especiais de controle, levando em consideração fatores como:
a)época do plantio, evitando-se os períodos sujeitos a neblina e temperaturas amenas, que são favoráveis à incidência da doença; b)escolha do local, evitando baixadas sujeitas ao acúmulo de ar frio e mal ventiladas; c)espaçamento mais amplo possível, dentro dos níveis econômicos. O tratamento poderá ser feito com Perist, Cobox, Maneb, Zineb, Ferban, Folpet, Clorotalonil, Mancozeb, Captan, Propineb.

b) Oídio - “Erysiphe cichoracearum- Caracteriza-se por apresentar pequenas manchas brancas pulverulentas na face inferior das folhas e ramos tenros; evoluem tornando-se acinzentadas e posteriormente, necrosadas, ocasionando a morte das folhas e ramos jovens, e em estágios mais avançados, deformam os frutos. A ausência de chuvas e as altas temperaturas favorecem o aparecimento da doença. O controle do Oídio pode ser feito através de pulverização com Tiofanato Metílico, Dimetirimol, Benomyl, Etirimol, arbendazim, todos sistêmicos, ou com fungicidas a base de enxofre, com aplicação em intervalos entre 7 e 15 dias cada, dependendo das condições ambientais.

c) Antracnose – Mycosphaerella melonis- Caracteriza-se por apresentar tombamento nas plântulas, atingindo todos os órgãos da planta em qualquer estágio de desenvolvimento, havendo crestamento, fendilhamento e exudação de goma, abrangendo grande extensão. Nas folhas há crestamento gomoso; nos frutos há lesões necróticas pardas, depois escuras, com goma. A temperatura amena e clima chuvoso favorecem o aparecimento da doença. O controle do Cancro de Haste pode ser feito através das seguintes medidas: a)rotação de cultura com plantas de outras famílias; b)uso de sementes sadias; c) pulverizações com fungicidas como Benomyl, Carbendazim, Captafol, Captan, Mancozeb e Propineb, nas dosagens e proporções indicadas pelos fabricantes, de modo geral, usam-se tratamentos visando a Antracnose e outras doenças de folha; d)cuidados com frutos após a colheita.

d) Mancha Bacteriana – “Pseudomas lachrymans- Normalmente ocorre em plantações de pepino, caracterizando-se por apresentar manchas pequeninas e angulosas nas folhas, com centro necrosado de coloração parda ou cinza, que se rompe. Nos frutos há lesões verde-escuras com exudação de líquido viscoso, seguindo-se de podridão mole bacteriana, que produz rápida  decomposição dos frutos afetados. Temperaturas muito elevadas e clima chuvoso são favoráveis à incidência da doença. O controle da Mancha Bacteriana após seu aparecimento no campo é difícil, portanto algumas medidas são de suma importância, tais como: a) rotação de cultura, evitando-se o plantio de pepino ou melão após quaisquer cucurbitáceas, durante dois ou mais anos; b)escolha da época, evitando-se os períodos muito quentes e úmidos; c)evitar irrigação demasiada; d)adubação equilibrada, sem excesso de nitrogênio; e)pulverizações com Oxicloreto de Cobre ou formulações Cupro-orgânicas têm se mostrado bastante eficientes. Deve-se observar o grau de fitotoxidez dos cúpricos para muitas das cucurbitáceas.

e) Manchas Foliares - São causadas por diversos fungos (“Leandria momordicae”, “Alternaria cucumerina”, “Cercospora citrullina) - Caracterizam-se por pequenas manchas necróticas pardas, às vezes com centro claro; podem evoluir até causar a desfolha precoce, causando exposição danosa dos frutos ao sol. O tratamento pode ser feito com Tiofanato Metílico, Clorotalonil, Mancozeb e Zineb, nas dosagens e proporções indicadas pelos fabricantes.

f) Sarna/Queima - “Cladosporium cucumerinum- Caracteriza-se por pequenas manchas irregulares pardas, às vezes com frutificações verde-oliva; nos frutos há lesões deprimidas, com exudação de goma, cobertas pela frutificação verde-oliva; em frutos maiores há áreas suberificadas e deprimidas. Temperatura amena e clima úmido são favoráveis. O tratamento para a Sarna/Queima pode ser feito com Mancozeb, Oxicloreto de Cobre, formulações cúpricas mistas e Captan.

g) Mosaicos - São causados por diversos vírus patogênicos - Caracterizam-se pelo aparecimento de áreas verde-amareladas entremeadas com áreas de cor verde normal, enfezamento da planta, folhas pequenas, anormais, chegando até a necrose total; frutos deformados e com mosaico. O controle dos Mosaicos poder ser feito preventivamente com o uso de sementes sadias, evitar o plantio em períodos quentes, favoráveis aos insetos vetores e após o aparecimento da doença, é recomendado o uso de inseticidas sistêmicos, nas dosagens e proporções indicadas pelos fabricantes.

h) Podridão dos frutos - É causada por vários agentes, sendo em sua grande maioria, parasitas de feridas, capazes de penetrar em ferimentos de qualquer natureza. Caracteriza-se por encharcamento do tecido na área afetada, seguida de podridão mole, que avança rapidamente externa e internamente. Os prejuízos são maiores em frutos que se desenvolvam em contato com o solo ou no período de trânsito para o mercado. São recomendáveis as seguintes medidas gerais de controle: a)escolha da época, optando-se
preferencialmente por períodos quentes; b)escolha do local, dando preferência a solos leves, bem drenados e não sujeitos a encharcamento; c)fazer rotação de cultura, considerando-se que a maioria dos agentes causais permanece no solo por muitos anos; d)pulverizações visando o controle de pragas e doenças das folhas e dos frutos; e)tratos culturais visando proteger os frutos
do contato direto com o solo.

i) Podridão Mole - Erwinia carotovora- Caracteriza-se, geralmente, por manifestar-se na fase final das culturas, quando as plantas estão no seu desenvolvimento máximo, com tecidos suculentos. A bactéria causa encharcamento dos tecidos afetados, seguida de rápida podridão mole, com exudação de líquido fétido devido à presença de organismos secundários, apresentando limites bem definidos entre as áreas sadias e afetadas; quando a lesão ocorre no caule, toda a planta exibe murcha repentina e apodrece rapidamente em 02 a 03 dias. Considerando-se que o agente causal está presente em praticamente todos os solos, o controle preventivo é o mais indicado, entre eles estão: a)escolha da época, evitando com que a fase de maior suscetibilidade da planta coincida com períodos  quentes e úmidos; b)controle de insetos mastigadores, que facilitam a penetração; c)espaçamento maior, facilitando o arejamento; d)adubação equilibrada entre nitrogênio, fósforo e potássio, e rica em cálcio e boro; e)rotação de cultura, visando diminuir o potencial de inóculo do solo; f)controle de doenças, que aumentam a incidência de podridão mole; g)cuidados na colheita, evitando a colheita de plantas molhadas; h)refrigeração após a colheita.

j) Vírus do Mosaico do Pepino – CGMMV (06 tipos conhecidos) – A doença afeta melancia, melão e pepino, sendo especialmente rigorosa em cultivos em estufas. Os primeiros sintomas consistem em clareamento e enrugamento das folhas. As folhas maduras podem tornar-se pálidas (branqueadas).  Dependendo do tipo de vírus, os sintomas variam de suaves a severas distorções nas folhas, manchas verde-claras e escuras, pontinhos amarelos e prata nas folhas, e atrofiamento da planta. Os frutos raramente têm os sintomas, mas alguns tipos de frutos podem tornar-se bastante distorcidos ou desenvolver mancas prata e riscas, especialmente em altas temperaturas.
Os principais meios de contaminação são a utilização de porta-enxertos contaminados, infecção da raiz por detritos contaminados de cultivo e através do manuseio de cultivo. Como medida de controle deve-se evitar o uso de porta-enxerto contaminado ou qualquer manuseio desnecessário ao cultivo.

Pragas:
a) Ácaro Branco - “polyphagotarsonemus latus– Caracteriza-se pela descoloração das folhas e bronzeamento da página inferior da folha.
O controle pode ser feito com aplicações de Thiovit.
b) Broca das Crucíferas - “Diaphania spp- Atacam principalmente os frutos, abrindo galerias e destruindo a polpa. O controle pode ser feito com aplicações de Lebaycid, Carbaryl, Mimic, Ecotech Pro, Decis.
c) Minado das Folhas - Liriomyza sp- Fazem minas nas folhas, provocando secamento. Infestações elevadas podem comprometer a produção. O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Thigard, Hostation.
d) Vaquinha - Diabrotica speciosa- Adultos atacam as folhas novas, abrindo um grande número de perfurações pequenas, que afetam o desenvolvimento da planta. O controle pode ser feito com aplicações de Sevin.
e) Lagartas - “Agrotis ipsilon”, “Helicoperva zea”, “Margaronia nitidalis”, “Trichoplusia ni- Danificam os frutos, perfurando-os e destruindo a polpa.
O controle pode ser feito com aplicações de Dimexion, Dipterex, Decis, Sevin.
f) Tripes - Thrips tabaci”, “Thrips palmi- Causam lesões de brilho prateado nas folhas e frutos. São vetores de vírus. O controle pode ser feito com aplicações de Confidor.
g) Mosca Branca - Bemisia argentifolii- São sugadores de seiva e transmissores de viroses. Alto nível populacional, promovendo também, o aparecimento da fumagina. O controle pode ser feito com aplicações de Confidor.
h) Pulgões – Aphis gossypii- São sugadores de seiva, causando deformação nos brotos e folhas, prejudicando o desenvolvimento da planta. São vetores de vírus. O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Diazinon, Ethion, Kilval, Lebaycid, Confidor.
i) Mosca das frutas - Anastrepha grandis- As larvas alimentam-se da polpa dos frutos, destruindo-os parcial ou totalmente. O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Dimexion, Lebaycid.
j) Nematóides - “Meloidogyne sp” - Subdesenvolvimento da planta, causando redução da produtividade.Em períodos mais quentes, ocorre a murcha da planta. O controle/tratamento pode ser feito através de Rotação de culturas e tratamento de solo com Basamid;

Desordens Fisiológicas:
a) Amarelamento de folhas de plantas jovens – Causada por baixas temperaturas e pouca luminosidade – O controle pode ser feito através da escolha da região mais apropriada e da observação de época mais indicada para a cultura.

CRUCÍCERAS (Agrião, Couve Brócoli, Couve Rábano, Couve de Folhas, Couve de Bruxelas, Couve-flor, Couve Chinesa, Mostarda, Nabo, Pepino, Rabanete, Repolho, Rúcula)

DOENÇAS, PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS HORTALIÇAS POR FAMÍLIA BRASSICÁCEAS - CRUCÍCERAS
(Agrião, Couve Brócoli, Couve Rábano, Couve de Folhas, Couve de
Bruxelas, Couve-flor, Couve Chinesa, Mostarda, Nabo, Pepino,
Rabanete, Repolho, Rúcula)

Doenças:
a) Podridão Negra – Xanthonomas campestris” - Caracterizando-se por queda prematura dos cotilédones nas plântulas; em folhas verdadeiras, provoca um amarelecimento em forma de “V” com vértice voltado para o centro da folha, acompanhando as nervuras, que se mostram coloridas de pardo a negro; os vasos lenhosos da folha e do caule ficam enegrecidos, podendo exibir amarelecimento e necrose das folhas; em estágios mais avançados ocorre enfezamento, murcha, queda prematura das folhas e finalmente o apodrecimento total da planta. O controle poder ser feito através das seguintes medidas: a)a rotação de cultura de 1 a 2 anos é suficiente para eliminar a bactéria do solo; b) os canteiros devem ser feitos em solos não contaminados e longes de outras crucíferas.

b)Podridão Mole – “Erwinia carotovora” - Caracteriza-se, geralmente, por manifestar-se na fase final das culturas, quando as plantas estão no seu desenvolvimento máximo, com tecidos suculentos. A bactéria causa encharcamento dos tecidos afetados, seguida de rápida podridão mole, com exudação de líquido fétido devido à presença de organismos secundários, apresentando limites bem definidos entre as áreas sadias e afetadas; quando a lesão ocorre no caule, toda a planta exibe murcha repentina e apodrece rapidamente em 02 a 03 dias. Considerando-se que o agente causal está presente em praticamente todos os solos, o controle preventivo é o mais indicado, entre eles estão:
a)escolha da época, evitando com que a fase de maior suscetibilidade da planta coincida com períodos quentes e úmidos; b)controle de insetos
mastigadores, que facilitam a penetração;  c)espaçamento maior, facilitando o arejamento; d)adubação equilibrada entre nitrogênio, fósforo e potássio, e rica em cálcio e boro; e)rotação de cultura, visando diminuir o potencial de inóculo do solo; f)controle de doenças, que aumentam a incidência de podridão mole; g)cuidados na colheita, evitando a colheita de plantas molhadas; h)refrigeração após a colheita; i) tratamento de solo com Basamid.

c) Hérnia – “Plasmodiophora brassicae” - Pode afetar as plantas desde o canteiro de semeadura, porém, não apresenta sintomas na parte aérea. Com o progresso da doença, passa a exibir enfezamento e murcha nas horas mais quentes do dia, as raízes apresentam galhas típicas, variando de alguns milímetros até 10 centímetros ou mais, devido à hipertrofia das células e tecidos. Devido à longevidade do fungo em solos contaminados, o controle da doença se baseia em medidas preventivas como: a)rotação de cultura com plantas não suscetíveis, a hortelã (Menta piperita) favorece a destruição dos esporos; b)produção de mudas em áreas não contaminadas; c)cuidado com esterco, pois o esterco de animais alimentados com plantas doentes, pode ser contaminado com esporos do fungo; d)aração profunda dos solos contaminados; e)calagem, visando elevar o pH até a faixa de 6 a 7; f)fumigação do solo com formol, Vapam ou Milone; g)tratamento químico do solo na cova, PCNB, em doses elevadas é eficiente, apesar da dificuldade de aplicação e custo da operação; h) outro fungicida de boa eficiência é o Benomyl.

d) Mancha Bacteriana – “Pseudomas lachrymans” - Caracteriza-se por apresentar manchas pequeninas e angulosas nas folhas, com centro necrosado de coloração parda ou cinza, que se rompe. Nos frutos há lesões verde-escuras com exudação de líquido viscoso, seguindo-se de podridão mole bacteriana, que produz rápida decomposição dos frutos afetados. Temperaturas muito elevadas e clima chuvoso são favoráveis à incidência da doença. O controle da Mancha Bacteriana após seu aparecimento no campo é difícil, portanto algumas medidas são de suma importância, tais como:  a)rotação de cultura, durante dois ou mais anos; b)escolha da época, evitando-se os períodos muito quentes e úmidos; c)evitar irrigação demasiada; d)adubação equilibrada, sem excesso de nitrogênio; e)pulverizações com Oxicloreto de Cobre ou formulações Cupro-orgânicas têm se mostrado bastante eficientes.

e) Míldio – “Pseudoperonospora cubensis” - Caracteriza-se por apresentar áreas de tecido encharcado, que posteriormente, se tornam necróticas e limitadas pelas nervuras, formando manchas angulares, amareladas, arredondadas ou poligonais na face superior das folhas; evoluem
rapidamente ocasionando a desfolhação precoce, e conseqüentemente um retardo no crescimento da planta afetada. São indicadas algumas medidas especiais de controle, levando em consideração fatores como:
a)época do plantio, evitando-se os períodos sujeitos a neblina e temperaturas amenas, que são favoráveis à incidência da doença; b)escolha do local, evitando baixadas sujeitas ao acúmulo de ar frio e mal ventiladas; c)espaçamento mais amplo possível, dentro dos níveis econômicos. O tratamento poderá ser feito com Perist, Maneb, Zineb, Ferban, Folpet, Clorotalonil, Mancozeb, Captan, Propineb.

f) Mancha de Alternária – “Alternaria brassicae” - Caracteriza-se por causar “damping-off”, necrose do cotilédone e hipocólito, e conseqüentemente, enfezamento das mudas atacadas. Em plantas desenvolvidas causa lesões no caule e manchas concêntricas pardas, chegando a atingir 2 centímetros de diâmetro. Nas plantas com flores (couve-flor), produz necrose compíscua dos primórdios florais e deformações que as inutilizam para o mercado. Nas síliquas de todas as Crucíferas, as lesões são necróticas, irregulares, deprimidas, pardo a negras, profundas e de tamanho variável; as sementes novas atingidas ficam chochas e as maduras são atacadas interna e externamente e levam o micélio dormente do fungo. O controle desta doença na fase de produção comercial não apresenta muita dificuldade, os problemas mais graves são na produção de sementes, nas quais recomenda-se uma série de medidas, tais como: a)escolha das sementes, eliminando as chochas e restos de silíquas; b)rotação de culturas por 02 a 03 anos, com plantas de outras famílias; c)pulverização dos canteiros logo após a germinação, duas vezes por semana com Maneb ativado, ou Dichlone sempre em doses fracas, sendo indispensável o uso de um espalhante adesivo junto com o fungicida.

g) Damping-off e Podridão do Colo e das Raízes – Causados por vários fungos – Pode manifestar-se em pré e pós-emergência. Em pré-emergência, ataca a radícula e o caulículo no início da germinação provocando sua morte, antes da sua emergência, sendo com isso, confundido com má germinação da semente. Em pós-emergência, mostra-se na região do colo com um encharcamento dos tecidos, seguido de afinamento da área atacada, acompanhado de queda da planta para o lado, com outras partes ainda túrgidas durante um certo período. No canteiro a doença se manifesta em reboleiras ou ao longo da linha de semeadura. As plantas podem ser afetadas após o transplante para o campo, mostrando então, podridão da raiz ou  nelamento da região do colo, ocasionando enfezamento das mesmas. As medidas preventivas são as mais eficazes no controle do Damping-off, entre elas estão: a)escolha do local, que deve ser livre de inoculo, áreas elevadas, não sujeitas à inundação e de solos leves; b)solo do canteiro, deve ser preparado com antecedência para destruir a matéria orgânica não decomposta e melhorar a aeração; c)adubação orgânica, para equilibrar a microflora
e proporcionar maior vigor às plantas, que escapam da doença por seu rápido desenvolvimento; d)água da irrigação, que deve ser de qualidade e não em exagero; e)a semeadura, que deverá ser em linha, o mais rala possível; f)tratamento do solo, que pode ser feito com Vagam, Formol, ou PCNB.

h) Mosaicos - São causados por diversos vírus patogênicos - Caracterizam-se pelo aparecimento de áreas verde-amareladas entremeadas com áreas de cor verde normal, enfezamento da planta, folhas pequenas, anormais, chegando até a necrose total; frutos deformados e com mosaico. O controle dos Mosaicos poder ser feito preventivamente com o uso de sementes sadias, evitar o plantio em períodos quentes, favoráveis aos insetos vetores e após o aparecimento da doença, é recomendado o uso de inseticidas sistêmicos como Tiofanato Metílico, Benomyl ou Carbendazim.

i) Murcha de Fusarium – “Fusarium oxysporum” - Caracteriza-se por amarelecimento das folhas mais velhas, progredindo para as mais novas, rapidamente, ficando as folhas com cor de ovo e no início da doença permanecem túrgidas. Os vasos lenhosos do pecíolo das folhas amareladas ficam pardos e com aparência seca, sendo que esta descoloração estende-se desde a raiz até o ponteiro. A utilização de variedades resistentes é a medida de controle mais eficiente e recomendável, sendo que as demais medidas têm efeito limitado. Temos como medidas de controle que podem auxiliar: a)rotação de cultura, sendo que o Fusarium nunca é eliminado por completo; b)calagem
do solo, pode baixar a incidência de Fusarium em aproximadamente 10%; c)eliminação de plantas doentes, visando diminuir o inóculo que iria ser incorporado ao solo, afetando a cultura seguinte; d) tratamento de solo com Basamid.

j) Oídio – “Erysiphe polygoni” - Caracteriza-se por apresentar pequenas manchas brancas pulverulentas na face inferior das folhas e ramos tenros; evoluem tornando-se acinzentadas e posteriormente, necrosadas, ocasionando a morte das folhas e danificando as flores. A ausência de chuvas e as altas temperaturas favorecem o aparecimento da doença. O controle do Oídio pode ser feito através de pulverização com fungicidas como Tiofanato Metílico, Dimetirimol, Benomyl, Etirimol, Carbendazim, todos sistêmicos, ou com  fungicidas a base de enxofre, com aplicação em intervalos entre 7 e 15 dias cada, dependendo das condições ambientais.

l) Manchas com Pontos – “Mycospharella brassicicola” - Caracteriza-se por causar lesões iniciais em forma de pontos irregulares , que vão crescendo e tornando-se circulares, sempre com bordos definidos. As manchas são pardas exibindo pontos negros, dando ao conjunto um aspecto zonado, e quando o número de lesões é grande, as folhas caem prematuramente. Para o controle desta doença, recomenda-se uma série de medidas, tais como: a)escolha das sementes, eliminando as chochas e restos de silíquas; b)rotação de culturas por 02 a 03 anos, com plantas de outras famílias; c)pulverização dos canteiros logo após a germinação, duas vezes por semana com Maneb ativado, ou Dichlone sempre em doses fracas, sendo indispensável o uso de um espalhante adesivo junto com o fungicida.

m) Bolor Cinzento – “Botrytis cinérea” - Caracteriza-se pelo não desenvolvimento das hastes florais e por apresentar podridão descendente das flores para o tronco da planta. As partes lesionadas são de cor pardo clara, com podridão úmida ou seca, dependendo das condições, e recobertas por um crescimento cinza, causado pela frutificação do fungo. A doença prevalece nos períodos frescos e é de difícil controle. Recomenda-se à remoção dos órgãos senescentes da cabeça e a aplicação de pulverizações cúpricas alternadas com tiocarbamatos, na cabeça, em período de florescimento.

n) Nematóides – “Meloidogyne incógnita” - Caracteriza-se pelo enfezamento das plantas, murcha e amarelecimento das folhas mais velhas. As raízes das plantas atacadas exibem hipertrofia, com tamanho e ramificações anormais, aumentando em muito o seu peso. Em casos de estágio mais avançado, ocorre a destruição do córtex, necrose e radicelas completamente destruídas. As medidas recomendadas para controle são a rotação de culturas, cultivares resistentes e uso de nematicidas, além da solarização do substrato e do solo nos abrigos ou estufas de cultivo.

Pragas:
a) Caruquerê da Couve – Ascia monuste orseis” - Lagarta desfolhadora, que destrói o limbo foliar, deixando apenas as nervuras. O controle pode ser feito com aplicações de Atabron, Corsair, Carbaryl, Folidol, Sevin, Mimic,
Dipterex, Tamaron, Decis, Ecotechi-Pro.

b) Lagarta Rosca – “Agrotis ipsilon” - Corta as plântulas rente ao solo.
O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Sevin, Carbaryl.

c) Lagarta Mede Palmo – “Trichoplusia ni” - Lagarta desfolhadora, que destrói o limbo foliar, deixando apenas as nervuras. O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Dimexion, Sevin, Carbaryl.
d) Pulgões – “Brevicoryne brassicae”, “Myzus persicae” - Constituem grandes colônias. Pela sucção da seiva, produzem o engruvinhamento das folhas, em cujo interior se alojam, favorecendo ainda, o desenvolvimento da fumagina.
O controle pode ser feito com aplicações de Acefato, Decis, Dimexion, Folidol, Tamaron.

e) Traça – “Plutella xylostella” - Alimenta-se da parte externa ou interna das folhas, inutilizandoas para o consumo. O controle pode ser feito com aplicações de Carbaryl, Corsair, Dimexion, Folidol, Nuvacron,
Tamaron, Eccotechi, Decis.

f) Mosca Branca – “Bemisia tabaci” - São insetos sugadores de seiva e transmissores de viroses. O controle pode ser feito com aplicações de Methamidophós.

g) Tripes “Thrips tabaci”, “Thrips palmi” - Causam lesões de brilho prateado nas folhas e frutos. São vetores de vírus.
O controle pode ser feito com aplicações de Confidor.

Desordens Fisiológicas:
a) Necroses marginais das folhas internas e externas do repolho – Causadas por longo período de seca e/ou deficiência de Cálcio. O controle/tratamento pode ser feito através da correção de solo, aplicações foliares com Calbit B na fase de mudas e depois de transplantadas, e procurar manter a uniformidade da umidade.

b) Rachadura do repolho – Causada por Stress hídrico e após o ponto ideal de colheita, pode ocorrer o rachamento da cabeça. O controle/tratamento pode ser feito através do controle de excesso de umidade e da colheita no “ponto certo”.

c) Deficiências Nutricionais:
* Molibdênio - desenvolvimento normal da nervura central, porém crescimento irregular do limbo foliar;
* Boro: Causa necrose interna do caule em rabanete – rachadura nos tubérculos.
* Cálcio: deformação das folhas novas, clorose, morte dos pontos de crescimento.
O controle/tratamento pode ser feito através de aplicações foliares com Molibion e Calbit B para cálcio e boro, fazer boa calagem e Evitar excesso de Potássio e adubos amoniacais.

d) Flor Arroxeada (Antocianina) - Ocorre no plantio de cultivares no período não adequado e quando há oscilação brusca de temperatura. O controle/tratamento pode ser feito através da escolha correta de cultivares recomendadas para a época e região de plantio.