segunda-feira, 16 de maio de 2016

CRUCÍCERAS (Agrião, Couve Brócoli, Couve Rábano, Couve de Folhas, Couve de Bruxelas, Couve-flor, Couve Chinesa, Mostarda, Nabo, Pepino, Rabanete, Repolho, Rúcula)

DOENÇAS, PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS HORTALIÇAS POR FAMÍLIA BRASSICÁCEAS - CRUCÍCERAS
(Agrião, Couve Brócoli, Couve Rábano, Couve de Folhas, Couve de
Bruxelas, Couve-flor, Couve Chinesa, Mostarda, Nabo, Pepino,
Rabanete, Repolho, Rúcula)

Doenças:
a) Podridão Negra – Xanthonomas campestris” - Caracterizando-se por queda prematura dos cotilédones nas plântulas; em folhas verdadeiras, provoca um amarelecimento em forma de “V” com vértice voltado para o centro da folha, acompanhando as nervuras, que se mostram coloridas de pardo a negro; os vasos lenhosos da folha e do caule ficam enegrecidos, podendo exibir amarelecimento e necrose das folhas; em estágios mais avançados ocorre enfezamento, murcha, queda prematura das folhas e finalmente o apodrecimento total da planta. O controle poder ser feito através das seguintes medidas: a)a rotação de cultura de 1 a 2 anos é suficiente para eliminar a bactéria do solo; b) os canteiros devem ser feitos em solos não contaminados e longes de outras crucíferas.

b)Podridão Mole – “Erwinia carotovora” - Caracteriza-se, geralmente, por manifestar-se na fase final das culturas, quando as plantas estão no seu desenvolvimento máximo, com tecidos suculentos. A bactéria causa encharcamento dos tecidos afetados, seguida de rápida podridão mole, com exudação de líquido fétido devido à presença de organismos secundários, apresentando limites bem definidos entre as áreas sadias e afetadas; quando a lesão ocorre no caule, toda a planta exibe murcha repentina e apodrece rapidamente em 02 a 03 dias. Considerando-se que o agente causal está presente em praticamente todos os solos, o controle preventivo é o mais indicado, entre eles estão:
a)escolha da época, evitando com que a fase de maior suscetibilidade da planta coincida com períodos quentes e úmidos; b)controle de insetos
mastigadores, que facilitam a penetração;  c)espaçamento maior, facilitando o arejamento; d)adubação equilibrada entre nitrogênio, fósforo e potássio, e rica em cálcio e boro; e)rotação de cultura, visando diminuir o potencial de inóculo do solo; f)controle de doenças, que aumentam a incidência de podridão mole; g)cuidados na colheita, evitando a colheita de plantas molhadas; h)refrigeração após a colheita; i) tratamento de solo com Basamid.

c) Hérnia – “Plasmodiophora brassicae” - Pode afetar as plantas desde o canteiro de semeadura, porém, não apresenta sintomas na parte aérea. Com o progresso da doença, passa a exibir enfezamento e murcha nas horas mais quentes do dia, as raízes apresentam galhas típicas, variando de alguns milímetros até 10 centímetros ou mais, devido à hipertrofia das células e tecidos. Devido à longevidade do fungo em solos contaminados, o controle da doença se baseia em medidas preventivas como: a)rotação de cultura com plantas não suscetíveis, a hortelã (Menta piperita) favorece a destruição dos esporos; b)produção de mudas em áreas não contaminadas; c)cuidado com esterco, pois o esterco de animais alimentados com plantas doentes, pode ser contaminado com esporos do fungo; d)aração profunda dos solos contaminados; e)calagem, visando elevar o pH até a faixa de 6 a 7; f)fumigação do solo com formol, Vapam ou Milone; g)tratamento químico do solo na cova, PCNB, em doses elevadas é eficiente, apesar da dificuldade de aplicação e custo da operação; h) outro fungicida de boa eficiência é o Benomyl.

d) Mancha Bacteriana – “Pseudomas lachrymans” - Caracteriza-se por apresentar manchas pequeninas e angulosas nas folhas, com centro necrosado de coloração parda ou cinza, que se rompe. Nos frutos há lesões verde-escuras com exudação de líquido viscoso, seguindo-se de podridão mole bacteriana, que produz rápida decomposição dos frutos afetados. Temperaturas muito elevadas e clima chuvoso são favoráveis à incidência da doença. O controle da Mancha Bacteriana após seu aparecimento no campo é difícil, portanto algumas medidas são de suma importância, tais como:  a)rotação de cultura, durante dois ou mais anos; b)escolha da época, evitando-se os períodos muito quentes e úmidos; c)evitar irrigação demasiada; d)adubação equilibrada, sem excesso de nitrogênio; e)pulverizações com Oxicloreto de Cobre ou formulações Cupro-orgânicas têm se mostrado bastante eficientes.

e) Míldio – “Pseudoperonospora cubensis” - Caracteriza-se por apresentar áreas de tecido encharcado, que posteriormente, se tornam necróticas e limitadas pelas nervuras, formando manchas angulares, amareladas, arredondadas ou poligonais na face superior das folhas; evoluem
rapidamente ocasionando a desfolhação precoce, e conseqüentemente um retardo no crescimento da planta afetada. São indicadas algumas medidas especiais de controle, levando em consideração fatores como:
a)época do plantio, evitando-se os períodos sujeitos a neblina e temperaturas amenas, que são favoráveis à incidência da doença; b)escolha do local, evitando baixadas sujeitas ao acúmulo de ar frio e mal ventiladas; c)espaçamento mais amplo possível, dentro dos níveis econômicos. O tratamento poderá ser feito com Perist, Maneb, Zineb, Ferban, Folpet, Clorotalonil, Mancozeb, Captan, Propineb.

f) Mancha de Alternária – “Alternaria brassicae” - Caracteriza-se por causar “damping-off”, necrose do cotilédone e hipocólito, e conseqüentemente, enfezamento das mudas atacadas. Em plantas desenvolvidas causa lesões no caule e manchas concêntricas pardas, chegando a atingir 2 centímetros de diâmetro. Nas plantas com flores (couve-flor), produz necrose compíscua dos primórdios florais e deformações que as inutilizam para o mercado. Nas síliquas de todas as Crucíferas, as lesões são necróticas, irregulares, deprimidas, pardo a negras, profundas e de tamanho variável; as sementes novas atingidas ficam chochas e as maduras são atacadas interna e externamente e levam o micélio dormente do fungo. O controle desta doença na fase de produção comercial não apresenta muita dificuldade, os problemas mais graves são na produção de sementes, nas quais recomenda-se uma série de medidas, tais como: a)escolha das sementes, eliminando as chochas e restos de silíquas; b)rotação de culturas por 02 a 03 anos, com plantas de outras famílias; c)pulverização dos canteiros logo após a germinação, duas vezes por semana com Maneb ativado, ou Dichlone sempre em doses fracas, sendo indispensável o uso de um espalhante adesivo junto com o fungicida.

g) Damping-off e Podridão do Colo e das Raízes – Causados por vários fungos – Pode manifestar-se em pré e pós-emergência. Em pré-emergência, ataca a radícula e o caulículo no início da germinação provocando sua morte, antes da sua emergência, sendo com isso, confundido com má germinação da semente. Em pós-emergência, mostra-se na região do colo com um encharcamento dos tecidos, seguido de afinamento da área atacada, acompanhado de queda da planta para o lado, com outras partes ainda túrgidas durante um certo período. No canteiro a doença se manifesta em reboleiras ou ao longo da linha de semeadura. As plantas podem ser afetadas após o transplante para o campo, mostrando então, podridão da raiz ou  nelamento da região do colo, ocasionando enfezamento das mesmas. As medidas preventivas são as mais eficazes no controle do Damping-off, entre elas estão: a)escolha do local, que deve ser livre de inoculo, áreas elevadas, não sujeitas à inundação e de solos leves; b)solo do canteiro, deve ser preparado com antecedência para destruir a matéria orgânica não decomposta e melhorar a aeração; c)adubação orgânica, para equilibrar a microflora
e proporcionar maior vigor às plantas, que escapam da doença por seu rápido desenvolvimento; d)água da irrigação, que deve ser de qualidade e não em exagero; e)a semeadura, que deverá ser em linha, o mais rala possível; f)tratamento do solo, que pode ser feito com Vagam, Formol, ou PCNB.

h) Mosaicos - São causados por diversos vírus patogênicos - Caracterizam-se pelo aparecimento de áreas verde-amareladas entremeadas com áreas de cor verde normal, enfezamento da planta, folhas pequenas, anormais, chegando até a necrose total; frutos deformados e com mosaico. O controle dos Mosaicos poder ser feito preventivamente com o uso de sementes sadias, evitar o plantio em períodos quentes, favoráveis aos insetos vetores e após o aparecimento da doença, é recomendado o uso de inseticidas sistêmicos como Tiofanato Metílico, Benomyl ou Carbendazim.

i) Murcha de Fusarium – “Fusarium oxysporum” - Caracteriza-se por amarelecimento das folhas mais velhas, progredindo para as mais novas, rapidamente, ficando as folhas com cor de ovo e no início da doença permanecem túrgidas. Os vasos lenhosos do pecíolo das folhas amareladas ficam pardos e com aparência seca, sendo que esta descoloração estende-se desde a raiz até o ponteiro. A utilização de variedades resistentes é a medida de controle mais eficiente e recomendável, sendo que as demais medidas têm efeito limitado. Temos como medidas de controle que podem auxiliar: a)rotação de cultura, sendo que o Fusarium nunca é eliminado por completo; b)calagem
do solo, pode baixar a incidência de Fusarium em aproximadamente 10%; c)eliminação de plantas doentes, visando diminuir o inóculo que iria ser incorporado ao solo, afetando a cultura seguinte; d) tratamento de solo com Basamid.

j) Oídio – “Erysiphe polygoni” - Caracteriza-se por apresentar pequenas manchas brancas pulverulentas na face inferior das folhas e ramos tenros; evoluem tornando-se acinzentadas e posteriormente, necrosadas, ocasionando a morte das folhas e danificando as flores. A ausência de chuvas e as altas temperaturas favorecem o aparecimento da doença. O controle do Oídio pode ser feito através de pulverização com fungicidas como Tiofanato Metílico, Dimetirimol, Benomyl, Etirimol, Carbendazim, todos sistêmicos, ou com  fungicidas a base de enxofre, com aplicação em intervalos entre 7 e 15 dias cada, dependendo das condições ambientais.

l) Manchas com Pontos – “Mycospharella brassicicola” - Caracteriza-se por causar lesões iniciais em forma de pontos irregulares , que vão crescendo e tornando-se circulares, sempre com bordos definidos. As manchas são pardas exibindo pontos negros, dando ao conjunto um aspecto zonado, e quando o número de lesões é grande, as folhas caem prematuramente. Para o controle desta doença, recomenda-se uma série de medidas, tais como: a)escolha das sementes, eliminando as chochas e restos de silíquas; b)rotação de culturas por 02 a 03 anos, com plantas de outras famílias; c)pulverização dos canteiros logo após a germinação, duas vezes por semana com Maneb ativado, ou Dichlone sempre em doses fracas, sendo indispensável o uso de um espalhante adesivo junto com o fungicida.

m) Bolor Cinzento – “Botrytis cinérea” - Caracteriza-se pelo não desenvolvimento das hastes florais e por apresentar podridão descendente das flores para o tronco da planta. As partes lesionadas são de cor pardo clara, com podridão úmida ou seca, dependendo das condições, e recobertas por um crescimento cinza, causado pela frutificação do fungo. A doença prevalece nos períodos frescos e é de difícil controle. Recomenda-se à remoção dos órgãos senescentes da cabeça e a aplicação de pulverizações cúpricas alternadas com tiocarbamatos, na cabeça, em período de florescimento.

n) Nematóides – “Meloidogyne incógnita” - Caracteriza-se pelo enfezamento das plantas, murcha e amarelecimento das folhas mais velhas. As raízes das plantas atacadas exibem hipertrofia, com tamanho e ramificações anormais, aumentando em muito o seu peso. Em casos de estágio mais avançado, ocorre a destruição do córtex, necrose e radicelas completamente destruídas. As medidas recomendadas para controle são a rotação de culturas, cultivares resistentes e uso de nematicidas, além da solarização do substrato e do solo nos abrigos ou estufas de cultivo.

Pragas:
a) Caruquerê da Couve – Ascia monuste orseis” - Lagarta desfolhadora, que destrói o limbo foliar, deixando apenas as nervuras. O controle pode ser feito com aplicações de Atabron, Corsair, Carbaryl, Folidol, Sevin, Mimic,
Dipterex, Tamaron, Decis, Ecotechi-Pro.

b) Lagarta Rosca – “Agrotis ipsilon” - Corta as plântulas rente ao solo.
O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Sevin, Carbaryl.

c) Lagarta Mede Palmo – “Trichoplusia ni” - Lagarta desfolhadora, que destrói o limbo foliar, deixando apenas as nervuras. O controle pode ser feito com aplicações de Decis, Dimexion, Sevin, Carbaryl.
d) Pulgões – “Brevicoryne brassicae”, “Myzus persicae” - Constituem grandes colônias. Pela sucção da seiva, produzem o engruvinhamento das folhas, em cujo interior se alojam, favorecendo ainda, o desenvolvimento da fumagina.
O controle pode ser feito com aplicações de Acefato, Decis, Dimexion, Folidol, Tamaron.

e) Traça – “Plutella xylostella” - Alimenta-se da parte externa ou interna das folhas, inutilizandoas para o consumo. O controle pode ser feito com aplicações de Carbaryl, Corsair, Dimexion, Folidol, Nuvacron,
Tamaron, Eccotechi, Decis.

f) Mosca Branca – “Bemisia tabaci” - São insetos sugadores de seiva e transmissores de viroses. O controle pode ser feito com aplicações de Methamidophós.

g) Tripes “Thrips tabaci”, “Thrips palmi” - Causam lesões de brilho prateado nas folhas e frutos. São vetores de vírus.
O controle pode ser feito com aplicações de Confidor.

Desordens Fisiológicas:
a) Necroses marginais das folhas internas e externas do repolho – Causadas por longo período de seca e/ou deficiência de Cálcio. O controle/tratamento pode ser feito através da correção de solo, aplicações foliares com Calbit B na fase de mudas e depois de transplantadas, e procurar manter a uniformidade da umidade.

b) Rachadura do repolho – Causada por Stress hídrico e após o ponto ideal de colheita, pode ocorrer o rachamento da cabeça. O controle/tratamento pode ser feito através do controle de excesso de umidade e da colheita no “ponto certo”.

c) Deficiências Nutricionais:
* Molibdênio - desenvolvimento normal da nervura central, porém crescimento irregular do limbo foliar;
* Boro: Causa necrose interna do caule em rabanete – rachadura nos tubérculos.
* Cálcio: deformação das folhas novas, clorose, morte dos pontos de crescimento.
O controle/tratamento pode ser feito através de aplicações foliares com Molibion e Calbit B para cálcio e boro, fazer boa calagem e Evitar excesso de Potássio e adubos amoniacais.

d) Flor Arroxeada (Antocianina) - Ocorre no plantio de cultivares no período não adequado e quando há oscilação brusca de temperatura. O controle/tratamento pode ser feito através da escolha correta de cultivares recomendadas para a época e região de plantio.

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