DOENÇAS,
PRAGAS E DESORDENS FISIOLÓGICAS
DAS
HORTALIÇAS POR FAMÍLIA CUCURBITÁCEAS
(Abóbora, Abobrinha,
Melancia, Melão, Moranga, Mogango, Pepino)
Doenças:
a) Míldio – “Pseudoperonospora
cubensis”
-
Caracteriza-se por apresentar áreas de tecido encharcado, que posteriormente,
se tornam necróticas e limitadas pelas nervuras, formando manchas angulares,
amareladas, arredondadas ou poligonais na face superior das folhas; evoluem rapidamente ocasionando a desfolhação
precoce, e conseqüentemente um retardo no crescimento da planta afetada. São
indicadas algumas medidas especiais de controle, levando em consideração
fatores como:
a)época do plantio,
evitando-se os períodos sujeitos a neblina e temperaturas amenas, que são favoráveis
à incidência da doença; b)escolha do
local, evitando baixadas sujeitas ao acúmulo de ar frio e mal ventiladas; c)espaçamento mais amplo possível,
dentro dos níveis econômicos. O tratamento poderá ser feito com
Perist, Cobox, Maneb, Zineb, Ferban, Folpet, Clorotalonil, Mancozeb, Captan,
Propineb.
b) Oídio - “Erysiphe
cichoracearum”
-
Caracteriza-se por apresentar pequenas manchas brancas pulverulentas na face
inferior das folhas e ramos tenros; evoluem tornando-se acinzentadas e posteriormente,
necrosadas, ocasionando a morte das folhas e ramos jovens, e em estágios mais avançados,
deformam os frutos. A ausência de chuvas e as altas temperaturas favorecem o aparecimento da doença. O controle do
Oídio pode ser feito através de pulverização com Tiofanato Metílico,
Dimetirimol, Benomyl, Etirimol, arbendazim, todos sistêmicos, ou com fungicidas
a base de enxofre, com aplicação em intervalos entre 7 e 15
dias cada, dependendo das condições ambientais.
c) Antracnose – “Mycosphaerella
melonis” -
Caracteriza-se por apresentar tombamento nas plântulas, atingindo todos os
órgãos da planta em qualquer estágio de desenvolvimento, havendo crestamento,
fendilhamento e exudação de goma, abrangendo grande extensão. Nas folhas há crestamento
gomoso; nos frutos há lesões necróticas pardas, depois escuras, com goma. A temperatura
amena e clima chuvoso favorecem o aparecimento da doença. O controle do Cancro de Haste pode ser
feito através das seguintes medidas: a)rotação
de cultura com plantas de outras famílias; b)uso
de sementes sadias; c) pulverizações
com fungicidas como Benomyl, Carbendazim, Captafol, Captan, Mancozeb e
Propineb, nas dosagens e proporções indicadas pelos fabricantes, de modo geral,
usam-se tratamentos visando a Antracnose e outras doenças de folha; d)cuidados
com frutos após a colheita.
d) Mancha Bacteriana
– “Pseudomas
lachrymans”
-
Normalmente ocorre em plantações de pepino, caracterizando-se por apresentar
manchas pequeninas e angulosas nas folhas, com centro necrosado de coloração
parda ou cinza, que se rompe. Nos frutos há lesões verde-escuras com exudação
de líquido viscoso, seguindo-se de podridão mole bacteriana, que produz rápida decomposição dos frutos afetados. Temperaturas
muito elevadas e clima chuvoso são favoráveis à incidência da doença. O
controle da Mancha Bacteriana após seu aparecimento no campo é difícil, portanto
algumas medidas são de suma importância, tais
como: a) rotação de cultura,
evitando-se o plantio de pepino ou melão após quaisquer cucurbitáceas, durante
dois ou mais anos; b)escolha da
época, evitando-se os períodos muito quentes e úmidos; c)evitar irrigação demasiada; d)adubação
equilibrada, sem excesso de nitrogênio; e)pulverizações
com Oxicloreto de Cobre ou formulações Cupro-orgânicas têm se mostrado bastante
eficientes. Deve-se observar o grau de fitotoxidez dos cúpricos para muitas das
cucurbitáceas.
e) Manchas Foliares -
São
causadas por diversos fungos (“Leandria momordicae”, “Alternaria cucumerina”,
“Cercospora citrullina”) - Caracterizam-se por pequenas
manchas necróticas pardas, às vezes com centro claro; podem evoluir até causar
a desfolha precoce, causando exposição danosa dos frutos ao sol. O tratamento
pode ser feito com Tiofanato Metílico, Clorotalonil, Mancozeb e Zineb, nas dosagens
e proporções indicadas pelos fabricantes.
f) Sarna/Queima - “Cladosporium
cucumerinum”
-
Caracteriza-se por pequenas manchas irregulares pardas, às vezes com
frutificações verde-oliva; nos frutos há lesões deprimidas, com exudação de
goma, cobertas pela frutificação verde-oliva; em frutos maiores há áreas suberificadas
e deprimidas. Temperatura amena e clima úmido são
favoráveis. O tratamento para a Sarna/Queima pode ser feito com Mancozeb,
Oxicloreto de Cobre, formulações cúpricas mistas e Captan.
g) Mosaicos - São causados por
diversos vírus patogênicos - Caracterizam-se pelo aparecimento de áreas
verde-amareladas entremeadas com áreas de cor verde normal, enfezamento da
planta, folhas pequenas, anormais, chegando até a necrose total; frutos
deformados e com mosaico. O controle dos Mosaicos poder ser feito
preventivamente com o uso de sementes sadias, evitar o plantio em períodos
quentes, favoráveis aos insetos vetores e após o aparecimento da doença, é recomendado
o uso de inseticidas sistêmicos, nas dosagens e proporções indicadas pelos fabricantes.
h) Podridão dos
frutos -
É causada por vários agentes, sendo em sua grande maioria, parasitas de feridas,
capazes de penetrar em ferimentos de qualquer natureza. Caracteriza-se por encharcamento
do tecido na área afetada, seguida de podridão mole, que avança rapidamente externa
e internamente. Os prejuízos são maiores em frutos que
se desenvolvam em contato com o solo ou no período de trânsito para o mercado. São
recomendáveis as seguintes medidas gerais de controle: a)escolha da época, optando-se
preferencialmente por períodos
quentes; b)escolha do local, dando
preferência a solos leves, bem drenados e não sujeitos a encharcamento; c)fazer rotação de cultura,
considerando-se que a maioria dos agentes causais permanece no solo por muitos
anos; d)pulverizações visando o controle
de pragas e doenças das folhas e dos frutos; e)tratos culturais visando proteger os frutos
do contato direto com o solo.
i) Podridão Mole - “Erwinia carotovora” - Caracteriza-se,
geralmente, por manifestar-se na fase final das culturas, quando as plantas
estão no seu desenvolvimento máximo, com tecidos suculentos. A bactéria causa
encharcamento dos tecidos afetados, seguida de rápida podridão mole, com exudação de líquido fétido
devido à presença de organismos secundários, apresentando limites bem definidos
entre as áreas sadias e afetadas; quando a lesão ocorre no caule, toda a planta
exibe murcha repentina e apodrece rapidamente em 02 a 03 dias. Considerando-se
que o agente causal está presente em praticamente todos os solos, o controle preventivo é o mais indicado, entre
eles estão: a)escolha da época,
evitando com que a fase de maior suscetibilidade da planta coincida com
períodos quentes e úmidos; b)controle de insetos mastigadores, que
facilitam a penetração; c)espaçamento
maior, facilitando o arejamento; d)adubação
equilibrada entre nitrogênio, fósforo e potássio, e rica em cálcio e boro; e)rotação de cultura, visando diminuir
o potencial de inóculo do solo; f)controle
de doenças, que aumentam a incidência de podridão mole; g)cuidados na colheita, evitando a colheita de plantas molhadas; h)refrigeração após a colheita.
j) Vírus do Mosaico
do Pepino – CGMMV (06 tipos conhecidos) – A doença afeta melancia, melão e pepino,
sendo especialmente rigorosa em cultivos em estufas. Os primeiros sintomas consistem
em clareamento e enrugamento das folhas. As folhas maduras podem tornar-se
pálidas (branqueadas). Dependendo do
tipo de vírus, os sintomas variam de suaves a severas distorções nas folhas,
manchas verde-claras e escuras, pontinhos amarelos e prata nas folhas, e
atrofiamento da planta. Os frutos raramente têm os sintomas, mas alguns tipos
de frutos podem tornar-se bastante distorcidos ou desenvolver mancas prata e
riscas, especialmente em altas temperaturas.
Os principais meios de contaminação
são a utilização de porta-enxertos contaminados, infecção da raiz por detritos
contaminados de cultivo e através do manuseio de cultivo. Como medida de
controle deve-se evitar o uso de porta-enxerto contaminado ou qualquer manuseio
desnecessário ao cultivo.
Pragas:
a) Ácaro Branco - “polyphagotarsonemus
latus”
–
Caracteriza-se pela descoloração das folhas e bronzeamento da página inferior
da folha.
O controle pode ser feito com
aplicações de Thiovit.
b) Broca das
Crucíferas - “Diaphania
spp”
-
Atacam principalmente os frutos, abrindo galerias e destruindo a polpa. O
controle pode ser feito com aplicações de Lebaycid, Carbaryl, Mimic, Ecotech
Pro, Decis.
c) Minado das Folhas
- “Liriomyza
sp” -
Fazem minas nas folhas, provocando secamento. Infestações elevadas podem
comprometer a produção. O controle pode ser feito com aplicações de Decis,
Thigard, Hostation.
d) Vaquinha - “Diabrotica speciosa”
- Adultos
atacam as folhas novas, abrindo um grande número de perfurações pequenas, que
afetam o desenvolvimento da planta. O controle pode ser feito com aplicações de
Sevin.
e) Lagartas - “Agrotis ipsilon”,
“Helicoperva zea”, “Margaronia nitidalis”, “Trichoplusia ni” - Danificam
os frutos, perfurando-os e destruindo a polpa.
O controle pode ser feito com
aplicações de Dimexion, Dipterex, Decis, Sevin.
f) Tripes - “Thrips tabaci”,
“Thrips palmi” - Causam lesões de brilho prateado nas folhas e frutos.
São vetores de vírus. O controle pode ser feito com aplicações de Confidor.
g) Mosca Branca - “Bemisia argentifolii”
- São
sugadores de seiva e transmissores de viroses. Alto nível populacional,
promovendo também, o aparecimento da fumagina. O controle pode ser feito com
aplicações de Confidor.
h) Pulgões – “Aphis gossypii” -
São
sugadores de seiva, causando deformação nos brotos e folhas, prejudicando o
desenvolvimento da planta. São vetores de vírus. O controle pode ser feito com
aplicações de Decis, Diazinon, Ethion, Kilval, Lebaycid, Confidor.
i) Mosca das frutas -
“Anastrepha
grandis” - As
larvas alimentam-se da polpa dos frutos, destruindo-os parcial ou totalmente. O
controle pode ser feito com aplicações de Decis, Dimexion, Lebaycid.
j) Nematóides - “Meloidogyne sp” - Subdesenvolvimento da
planta, causando redução da produtividade.Em períodos mais quentes, ocorre a
murcha da planta. O controle/tratamento pode ser feito através de Rotação de
culturas e tratamento de solo com Basamid;
Desordens
Fisiológicas:
a) Amarelamento de
folhas de plantas jovens – Causada por baixas temperaturas e pouca luminosidade –
O controle pode ser feito através da escolha da região mais apropriada e da observação
de época mais indicada para a cultura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário